Destroços no bosque deserto

Artes Plásticas/Joaquim Pessoa

Destroços no bosque do deserto
Fundição / bronze
2010


Dia 139.

Tamanha cabra, inútil desespero
é este sentimento onde me enrolo,
medonho vademecum, burro ou tolo
que só faz e refaz o que eu não quero.
E mesmo acreditando que me esmero
como um polo que atrai um outro polo,
eu chamo cabra à cabra e o desconsolo
é que o samba, afinal, é um bolero.
E o pé de dança é tudo, é alegria,
moribundo que vive mais um dia
à procura daquilo que não sabe.
E uso o pé de cabra, forço a porta.
Por enquanto a esperança não está morta,
eu é que, por azar, perdi a chave.

in Ano Comum

*na imagem, “Destroços no bosque deserto””